A correta abertura da boca também está relacionada a uma correta posição (Como eu espero que você já tenha lido todos os posts anteriores e absorvido todo o conteúdo imagino que você deve estar se perguntando “Mas como assim? Não está na lista de 5 estruturas que devo posicionar!! É uma extra?” Antes de pirar nessa primeira frase leia o post até o final ;). Se você não os leu recomendo a leitura dos seguintes posts antes do de hoje: onde ressoar, dividindo a técnica em partes e principalmente aquele sobre o palato).

 Compreensão Mental e Emocional

A abertura da boca é variável durante o canto. Dois pontos principais, porém, devem ser definidos: a abertura mínima da boca e a máxima possível sem tensão. Esses pontos, obviamente, devem ser encontrados especificamente para cada corpo e a forma de encontrá-los é através de muita propriocepção e da instrução de um profissional competente.

Para encontrar a sua abertura mínima da boca é necessário que a posição correta do palato mole já tenha sido estudada. Se o posicionamento do palato mole foi feito de forma correta, na verdade, a abertura mínima da boca  também já deve ter sido encontrada, pois não é possível manter o palato bem posicionado (e sem tensão) sem que a boca esteja com uma abertura mínima. Essa é a razão pela qual eu não considero a boca uma das estruturas da posição, por ela ser uma consequência do correto posicionamento de outras. Essa abertura mínima será usada o tempo todo de forma standard, mantendo-se inclusive na articulação de todas as diferentes vogais. Nas consoantes, ocorrerá o fechamento da boca com imediato retorno para essa abertura standard.  Uma abertura maior será usada conforme se sentir necessidade. Ao executar notas nos extremos da tessitura (muito graves ou agudas), essa abertura maior deve ter um limite que será o seu máximo de abertura.

Para encontrar esse máximo, abra o mais possível a boca e vá fechando minimamente até chegar ao ponto onde não há tensão. Essa abertura máxima pode ser desenvolvida e treinada, o importante é que seu uso não acarrete em tensão para nenhuma estrutura ou músculo da região da cabeça e do pescoço.

Compreensão Física

O processo de encontrar, então, a sua abertura mínima individual (é importante ressaltar aqui que essa abertura é pessoal e deve levar em conta a sua fisiologia única) ocorre junto com o domínio de um correto posicionamento do palato. Alguns pontos, porém, podem ser apontados especificamente sobre a abertura da boca: ao abri-la preste muita atenção para não deslocar o maxilar (erro muito comum) nem no sentido frente-trás e nem no sentido lateral. O maxilar deve descer sem que haja nenhum deslocamento do seu eixo. Observe na imagem ao lado esse deslocamento ocorrendo de forma correta, sem nenhuma movimentação que não seja no sentido vertical.

Outro erro comum é tensionar o masseter (músculo da lateral do rosto) para abrir e/ou manter a abertura desejada. Toda a musculatura envolvida para a abertura da boca deve ter apenas o tônus necessário para sua movimentação, sendo muito prejudicial qualquer excesso de tensão. Leia mais sobre tensão na mandíbula e em todo o seu entorno aqui.

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