“The way a singer initiates vocal sound is crucial to the subsequent phrase. “¹
O começo da fonação, na fala e, principalmente, no canto, é essencial para a qualidade sonora de toda a frase subsequente. Portanto, ele deve ser muito cuidado. Dois movimentos principais interferem na qualidade do ataque vocal: a adução das pregas vocais² e o início da expiração. Deve-se cuidar de quando e como ocorrem ambos os movimentos, e em especial, da relação de um com o outro.
Hoje escreverei apenas sobre o segundo movimento, o início da expiração, ou seja, o ataque da fonação do ponto de vista do ar, deixando o início da fonação propriamente dita para outro post.
Com relação ao início da expiração, o quando mencionado acima está diretamente ligado ao movimento da adução das pregas. Acho a explicação de Peres e Perello muito clara e objetiva nesse ponto:
“Se llama ataque vocal el inicio de la fonación. Para ser correcto la aducción y la espiración deben ser sincrónicas y mutuamente adaptadas en su intensidad o fuerza.
Si la aducción es demasiado precoz o excessivamente intensa se produce el <<golpe de glotis>>.
Si, por el contrario, la aducción se hace retrasada o demasiado débil se produce el ataque soplado.”³
Apesar da aparente facilidade na sincronia do início da fonação com o início da expiração, este não é um movimento fácil e, como toda coordenação fina, requer um bom número de horas de treino. Para otimizar as horas de estudo é melhor já estudar esta sincronia na sua forma correta, controlando a intensidade e a força da saída do ar. Estudar o quando junto com o como. Para tal, é necessário uma quantidade de ar média com alta pressão sem o uso da força, o que se consegue com a abertura das costelas no momento exato do início da expiração.
Compreensão Mental
Importante perceber que o movimento inspiração-expiração deve ser contínuo, sem apneia. Durante a apneia existe um acúmulo de tensão na musculatura respiratória, que não é necessário e que deve ser evitado, mantendo o princípio de só acumular a tensão necessária para o canto, poupando o organismo como um todo de todo esforço desnecessário.
Para abrir as costelas no ataque do som é necessário que elas estejam antes fechadas, afinal não podemos abrir algo que já está aberto, então vamos frisar que durante a inspiração passiva as costelas não devem abrir.
A experiência abaixo ajuda a compreender o impulso de ar para o ataque do som que deve ser produzido pela abertura das costelas:
Pegue um livro, divida suas páginas bem no meio e segure com cada uma das mãos uma das metades. Com o livro fechado, abra-o rápido e simultaneamente com as duas mãos e observe como um impulso de ar aconteceu na parte de cima do livro. Pode-se sentir esse impulso do ar no seu rosto ou fazendo o exercício em dupla, uma pessoa abre o livro e a outra coloca a mão em cima para sentir. É exatamente a mesma coisa que queremos fazer no nosso ataque, sendo o livro nosso diafragma e as mãos nossas costelas.
Compreensão Física e Emocional
Uma das maiores dificuldades físicas (e emocionais) para a compreensão desse movimento vem do fato de o corpo ter o costume de movimentar as costelas com a presença do ar e , por isso, achar que essas movimentações só são possíveis com a “ajuda” dele. Então, a primeira coisa a ser compreendida é que é possível abrir ou fechar as costelas, contrair ou relaxar o abdômen independentemente da presença ou da movimentação do ar nos nossos pulmões, apenas com a força muscular. Para isso, recomendo o exercício da Apneia, pois ele é exatamente um exercício de movimentação muscular que independe do ar.
Tendo clareza da independência da movimentação muscular, principalmente da região da costelas, parta para o treino do ataque do ar:
- Inspire relaxadamente;
- Controle para que não haja apneia entre a inspiração e a expiração;
- Abra as costelas coordenadamente com o início da produção de um S longo, sem fonação mesmo, sem deixar o abdômen entrar. Os músculos abdominais nesse momento apenas se distendem por estarem diretamente amarrados aos músculos que abrem as costelas;
Após dominar essa movimentação, troque o S longo pela fonação da sua vogal preferida, observando que as qualidades do movimento expiratório (sincronia com o início da fonação, intensidade muscular, tamanho da abertura da costela, posição do abdômen no ataque e etc) sejam idênticas às que ocorreram durante o exercício sem fonação, apenas com o S longo.
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