“Ele insistiu, já com a respiração entrecortada, e ela ofereceu a outra face com uma coqueteria que ele não vira nela quando colegial…” (Amor nos tempos do Cólera – Gabriel García Márquez)

A respiração e a emoção estão totalmente ligadas. Quem não se lembra de um momento em que sua emoção transbordou do peito a ponto de alterar a respiração?

Ansiedade, medo e apreensão são sentimentos muito comuns antes de entrar no palco, podendo variar dependendo do quanto aquele evento em especial afeta seu emocional. Normalmente, em situações de avaliação, como audições e concursos,  esses sentimentos ficam ainda mais fortes e muitas vezes alteram a sua respiração, o que, para um cantor, pode ser um verdadeiro desastre, afinal a base para o canto é uma respiração sob controle.

Existem muitos exercícios respiratórios que podem ajudar nesse controle mesmo com a emoção à flor da pele. Hoje descreverei aquele que, na minha experiência, mais funciona.

  • Inspire pelo nariz em 8 tempos. Tome cuidado para manter uma velocidade constante na inspiração que seja suficiente para encher todo o seu pulmão exatamente nesses 8 tempos;
  • Não faça apneia entre a inspiração e a expiração;
  • Expire pela boca em 4 tempos, se preocupando em manter uma velocidade constante para que o ar saia completamente nessa contagem;
  • Não faça apneia entre a expiração e a inspiração e recomece;
  • Repita o ciclo quantas vezes achar necessário.

Mesmo que no início esteja difícil manter essa contagem, continue insistindo. Um dos efeitos calmantes é exatamente esse de impor um ritmo à respiração que não é o natural para estas condições emocionais.

“… a respiração é elemento importante nas manifestações emocionais, pois está sempre presente e atuante na própria vida.” ¹

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¹ QUINTEIRO, Eudosia Acuña. A estética da voz: uma voz para o ator. 6ª edição.  São Paulo: Plexus Editora, 2007.

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