Hoje vou tratar de mais uma das estruturas que fazem parte da posição correta para cantar. É importante reler alguns posts antes do de hoje, em que expliquei o que é a posição e o porquê de ter que posicionar as partes do corpo dessa forma: onde ressoar dividindo a técnica em partes.

“The ratio in balance between oral and nasal resonance may depend on how the posterior apertures into the nasal cavities relate to the size of the oral cavity.” ¹

Compreensão Física

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O primeiro passo é achar no seu próprio corpo a estrutura de hoje, o seu palato mole. Na frente do espelho abra o máximo possível sua boca e incline a cabeça para trás e, usando a figura acima como referência, identifique as partes internas que você consegue visualizar. O palato mole é a parte final do “céu da boca” e é nele que fica a úvula, conhecida popularmente como campainha. Com as mãos limpas, toque levemente a região com o seu dedão (algumas pessoas tem ânsia de vômito ao tocar o palato mole, vá com calma e, se sentir algum mal estar, pare imediatamente) e perceba sua maleabilidade.

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Nós movimentamos o palato mole em diversas situações de forma automática. Observar os momentos em isso acontece ajuda a criar uma propriocepção da região e de sua capacidade motora, fazendo com que fique cada vez mais fácil movimentar o palato mole para uma determinada posição quando desejarmos.

A situação mais famosa de levantamento do palato mole é o bocejo. Como ele é contagioso, olhe por alguns minutos esse adorável boxer bocejando e aproveite para observar o movimento do palato quando estiver bocejando.

O movimento que mais fazemos com o palato mole ao longo de um dia é o de deglutição. Neste movimento, a sua suspensão e abaixamento são essenciais para encaminhar o alimento para o esôfago.

Agora, com sua atenção totalmente voltada para o palato mole, faça um longo som com a vogal A e vá alternando para a vogal nasal à (Aãaãaãaã…). Observe que essa alteração é feita totalmente pela mudança de posicionamento do palato mole.

Compreensão Mental

guardachuvaPara o canto, o ideal é que o palato mole esteja levantado, de forma expansiva, ou seja, com movimento para cima e para os lados simultaneamente. Diversos músculos são responsáveis pelas movimentações do palato mole², mas não é necessário se aprofundar muito no estudo destas musculaturas, o importante é ter clareza das duas direções no sentido das quais ocorre o posicionamento correto: para cima e para o lado. Uma imagem muito útil para encontrar essa correta posição é a de que o palato mole deve ser “aberto” como um guarda-chuva que ao se abrir expande-se para cima e para os lados.

Como eu disse no post sobre o posicionamento correto da língua, é muito comum que os indivíduos possuam diferenças em sua formação anatômica e é importante que o correto posicionamento da estrutura seja feito levando em consideração essa individualidade, para isso é imprescindível o acompanhamento de um profissional competente.

Compreensão Emocional

De todas as estruturas que fazem parte da posição (as pregas vocais, a laringe, os zigomáticos, o palato e a língua) o palato costuma ser a de mais fácil e rápido domínio. Tudo depende da capacidade do executor de identificar em qual posição o palato mole está e, caso não esteja, movê-lo para a posição correta. Bons posicionamentos dos zigomáticos e da língua ajudam enormemente o do palato mole também.

Portanto, entendido o movimento, desenvolvida a propriocepção da região e havendo uma boa orientação para um correto posicionamento, adequado à sua configuração física pessoal, o domínio dessa parte da técnica costuma ser tranquilo. Só preste atenção para não forçar o palato para a posição desejada, essa movimentação deve ser feita sem gerar tensões na região, caso sinta tensão provavelmente a posição não está correta.

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¹ “A forma de equilibrar a ressonância oral e a nasal pode depender de como as aberturas posteriores da cavidades nasal se relacionam com o tamanho da cavidade oral ” (Tradução livre)  – MILLER, Richard. The Structure of Singing: System and Art in Vocal Technique. United States of America: Schirmer, 1996.
² Para quem tem curiosidade sobre os músculos usados:musculospalatoanatomia-bucomaxilofacial-introduo-e-nervos-cranianos-35-638

4 thoughts on “O palato

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